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Muitos foram os nossos clubes e associações que, por regra, festejam todos os anos o dia dedicado a São Martinho, um santo que nasceu na Panónia, hoje Hungria, talvez no ano de 317 da nossa era e faleceu no dia 8 de Novembro de 397. Estudou em Pavia, na Itália, e serviu o exército romano onde foi oficial tendo-se depois feito batizado e seguiu a vida eclesiástica chegando a bispo de Tours. O seu trabalho episcopal foi enorme convertendo muito povo e que mais paróquias fundou.
Iconograficamente tanto é representado como soldado romano, a pé ou montado num cavalo branco, ou como bispo com mitra e báculo. Por estar em viajem, quando faleceu, só foi sepultado no dia 11 de Novembro. Conta a lenda que este santo quando legionário romano, num Inverno rigoroso, cruzou-se com um mendigo meio morto de frio e sem hesitação, S. Martinho, cortou de imediato a capa que trazia sobre os ombros com a sua espada e deu a metade aquele pobre desprotegido. Naquela noite, Jesus apareceu-lhe trajando a outra metade da capa que tinha dado ao mendigo. Esta cena é uma das mais representativas de S. Martinho. O seu corpo encontra-se sepultado na cidade de Tours, em França, na Basílica de São Martinho.
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Não sabemos a relação do provérbio português -"No dia de S. Martinho vai à adega e prova o vinho" pois nada nos sugere na sua biografia (hagiologia) que alguma vez tivesse dedicado à vinicultura ou que gostasse do seu suco fermentado. Mas o certo é que trata-se dum santo muito conhecido, pelo menos das nossas gentes, e todos os anos é uma alegria as festividades, pelo aniversário da sua morte, a 11 de Novembro, embora haja referência de ser o dia 8 mas que devido se encontra no caminho de regresso a casa, só foi sepultado 3 dias depois, n dia 11, onde as castanhas assadas e o vinho novo completam e enchem as mesas das nossas casa.
Há quem chame ao Dia de S. Martinho, o "Magusto" pela preparação das castanhas nas fogueiras, geralmente nos adros e quintais das aldeias, mas uma coisa é certa, o nome de S. Martinho sempre esteve ligado a este ritual ou festa abastada.
Esta veneração e usos no dia deste santo não foi esquecido mas veio nos corações e tradições das nossas gentes que trouxeram consigo no ato de emigrar e aqui têm mantido e disseminado.
Este ano, obviamente, este dia não foi esquecido e foi bem comemorado nos muitos clubes e associações aqui sedeadas com jantar, muita música, dança e uns...copitos como manda a tradição.
A NOSSA "PEREGRINAÇÃO" COMEÇOU NESSA NOITE...
Com este prepósito, assim pensámos e assim fizemos, e lá fomos de bloco de apontamentos, esferográfica e máquina fotográfica na mão, no sábado passado, dia 10, na nossa habitual peregrinação pelos nossos clubes para apreciar e registrar as suas festividades.
Começámos no salão de festas da Paróquia de Santa Maria dos Anjos, na Dufferin e Davenport, onde a Irmandade do Divino Espírito Santo tinha organizado o seu Magusto com mais de 100 pessoas sendo a festa animada por uma talentosa jovem, a Katy Alves. Muita castanha e alegria onde o pároco, cremos de nome Garcia, também se juntou e provou as castanhas.
DEPOIS FOI COM OS AMIGOS DO MINHO...
Com o seu "arraial" Minhoto com os Rancho Folclórico dos Amigos do Minho, no salão nobre da Casa do Alentejo de Toronto, que encheu com cerca de 400 pessoas num jantar fabuloso com castanhas, bem boas, a granel, e muita musica "distribuída" pelo conjunto "Além Mar" que levou uma autêntica multidão para a pista de dança, para dar ao pé, e abanar-se também, possivelmente com fins digestivos.
Finalmente foi o folclore, não fossem eles minhotos, que esteve presente pela actuação dos Ranchos Folclóricos da Casa e do rancho vindo de Kitchen, que com as suas chulas e viras cativou e "empurrou" mais dançarinos para a pista de danças.
E OS MADEIRENSES NÃO FICARAM ATRÁS...
No salão da Casa da Madeira também completamente lotado com foliões do S. Martinho foi servido um jantar totalmente preparado e confecionado pelos voluntários e seguido da parte mais importante, a dança, que atraiu dezenas de pares para a pista para ali se divertirem ao som de boa música. No final foi a entrada "triunfal" das castanhas que foram degustadas acompanhadas de digestivos, ou tinto, para os mais conservadores destas tradições.
OS ARSENALISTAS SÃO O MÁXIMO...
O salão de festas do sindicato Liuna/local 183, sedeado na Wilson Ave, estava lotado com cerca de 800 pessoas tendo sido servido um jantar típico pelo conhecido chefe Manuel de Paulos que deliciou o mais requintado palato não faltando os saborosos rojões, papas de sarrabulho e... as castanhas. Esta festa foi, como faz todos os anos, organizado pelo Arsenal do Minho de Toronto, que sempre, como gente minhota que a compõe na sua maioria, celebra com pompa a chegada do São Martinho. E há muita gente que concorda com o dito de que "Festa é festa só quando os minhotos se juntam". Pensamos ser verdadeira esta afirmação pelo que observámos ao longo dos anos. Este evento contou com os conhecidos deputados do foro federal, Olivia Chow e Andrew Cash bem como da Província do Ontário, o luso-canadiano, Charles Sousa.
Para animar a festa estiveram presentes os artistas Otília de Jesus Otília de Jesus, o Saul Ricardo, este vindo expressamente de Portugal para animar o evento e, como seria imperdoável se não actuasse, o Grupo de Concertinas do Arsenal, os autênticos embaixadores da região do Minho que trazem sempre alegria, a paródia, os cantares ao desafio com alguma brejeirice nas festas onde participam. E foi o que aconteceu. Sempre a transbordar de alegria e marotices mas está no sangue desta gente que não desarma quando se trata de festa. Gostamos e só não ficámos pois tínhamos mais trabalho inadiável pela proa. Lá deixamos para trás esta gente alegre e tomámos a rota doutros clubes e associações também com programas festivos e culturais.
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